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sábado, 29 de dezembro de 2012

Natureza

Entre laranjeiras, jabuticabeiras e outros frutos
pisando a grama verde com o orvalho feito
um tapete da natureza que encobre a terra
protegendo feito cobertor, que com a chuva escorra 

a sua essência  que gera a vida e alimenta
o mundo, com seus grãos, folhas, e tem em si
tamanha beleza que homem nenhum inventa
do azul do céu, a rosa vermelha, a amarela hortência

cheira a infância, manjericão e alecrim, ervas 
como a cidreira, citronela, estomalina servas
coirmãs de vida, os males, tudo o que levas

e traz males e virtudes, detalhes perto de sua beleza
composta de montanhas, vales, estrelas, certeza
de que não tenho certezas, somente nós e natureza.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Supérfluo

O meu supérfluo pode ser a sua obstinação
o que me soa importante, distante
do seu anseio, esteja longe da sua constatação
emancipação do desejo, reprimido, ante

um punhado de recalcados bem trancados
em suas caixas de certeza, tornando
tão pequeno o infinito, restrito, atritos
não existem, homogêneo, prescrito

o futuro, o passado e o presente, frente
a receitas eleitas, marcadas em registros
criados por alguns, impetrados a toda gente

são estas palavras singelas e descrentes
dos códigos vigentes, impregnados, fósseis
em plena vida de impugnações latentes.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Lúcido, Será? Dizem!

Quantas as luzes que irradiaram
quantos ventos, quantos mares
rios e vales ainda poderão
enveredar pela vastidão dos meus pensares

quantas pontes a rios me levarão
uma imensidão de beleza cor e natureza
em perfeita comunhão tão confusa
é sutileza com a singularidade da imperfeição

predicado próximo, íntimo na conjunção
espíritos, planetas e ritmos se alinham
desconexos como sexos em coesão

frenética, só o extinto se mostra então
despido, nua e crua a carne disposta, exposta
são quimeras cada qual com seu belerofonte.

Meu verso

Venha caneta, venha comigo
se perca em meio ao papel
ouça o que eu digo, crie seu espirito com ideias ao léu
juntando, formando, versando em perigo

de cada pensamento que brota
versos levianos, talvez, não importa
afinal rota é o que não se procura
vagando pelo tempo e pela história escura

e tão obscura, obscurecida pelo homem
esse singular universo que em momentos
simplesmente sento e vejo a pena verter, por algum

instinto algo que move, enquanto a tinta escorre
e disforme como uma insana insinuação
sílabas, palavras, frase, verso que não morre.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Universos

Quantos universos singulares,
circulam pelas ruas, pedestres, populares
que cada qual com sua luz
em sua crença, certeza ou a falta dela, seduz

por mais infame que seja
por mais vil com que se pareça
há certa beleza, seja lá onde esteja
se em ser forte ou na fraqueza, esqueça

são inúmeros e únicos, os vários predicados
além de um bem ou da maldade
são sagacidades, que rebatem e ecoando

Por outros universos infinitos, talvez, indigesto
no qual se misturam, se chocam, formando
novos organismos tão diferentes, tantos  imprevistos.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Indefiníveis

Sombras somente sombras sobraram
sobraram dos simples sambas
sambas ouvidos em outroras 
outroras tão sonoras que perfuram 

perfuram o sujeito que envolto em melodia
melodia que como água fria envolve
envolve como choque que acorda com taquicardia
taquicardia que anuncia e desenvolve

desenvolve um olhar humano sobre o mundo
mundo repleto de universos indefinidos
indefinidos e indefiníveis, talvez, ruminado

ruminado, remoídos, recalcados, raros
raros e ricos como o riso real
real como a dor e a felicidade em seus breves disparos.  

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Leste Oeste com a Pernambuco

Na Leste Oeste com a Pernambuco
Sozinho eu sigo e louco varrido
embora na noite eu não vire mito
sozinho eu ando, sozinho eu fico
mesmo que seja na Leste Oeste com a Pernambuco
eu trombo os maluco, pela madrugada, virada embaçada
saudosa e perigosa, maloca favela, silêncio profundo
Mesmo que seja na Leste Oeste com a Pernambuco
Sozinho eu ando, sozinho e mudo
de olhos abertos, no muidinho, eu  vivo acordado
mesmo que seja sonhando, o paradeiro do mundo
mesmo que seja na Lesto Oeste com a Pernambuco
eu já não fico aflito, encaro a proposta
e ando apertado, folgado no mundo, mas eu não me iludo
o buraco é profundo e a borrachada é doída
e na vida avenida, tão contraditória,
eu conto história, ingrata e inglória
mesmo que seja na Leste Oeste com a Pernambuco
sozinho eu sigo, sozinho eu chego
chego não sei onde, pois não existe resposta é tudo proposta
do passado distante e lá no horizonte a aurora vem vindo
cruzando e seguindo pela Leste Oeste com a Pernambuco.
(Venancio e Thiago)

O que seres ?

Quarenta miligramas de memória
mais um pouco de lembrança
cinco quilos de esquecimento e uma trança
com políticos elementos um fio de esperança, instância

mais humana, indefinida e bestial
que transforma a carne neste ser raso e industrial
normatizado com descanso ao quadrado
na parede convexa de um buraco emparedado

o absurdo aparece elucidado desnorteia
entra pela TV, pela janela, pelos poros
esporos sobem pelas paredes e mente incendeia

Pensamentos emergem uns se habilitam outros ficam alheios
a voz do pé é a voz do pai, que pira, que paira
ecoa a vida como um vórtice de crendices e devaneios.
(Venancio, Thiago)

A obrigação da felicidade

Como é belo e desconhecido certo caminho
do qual partilho e num ponto tento definir
pela linguagem, tudo o que estranho
nas entranhas desse mundo que quer punir

ou mesmo interagir, das mais diversas formas
deformadas, pensadas a várias mãos
que não se dão conta que estão num certo coma
irreversível de uma roda em descontrolada rotação

que move essa sociedade doente e estática
que conta com o lexotan, prozac e rivotril e fica
dopada assistindo o Faustão, esmurrando a faca

a dor é acobertada, é como se não existisse
mentes ficam jogadas e o cotidiano acontece
as pessoas controladas, cortadas pela felicidade feito foice.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Aos outros

Há quem não goste do que eu faço
há quem diga que eu não presto
dizendo que eu só sei fazer fumaça
falando que eu não estou do lado certo

que de certo uma zona é minha vida
perdida pelos anos, uma rua sem saída
sem porta e sem janela, uma página encoberta
sombria, indiscreta, suja e funesta

a que papel se presta, aquele que me espreita
só pra depois jogar palavras feito planta
peçonhenta que tomando tudo espanta

a energia boa ai então sou eu quem vai dizendo
segue o seu caminho pairando e sorrindo
que eu no meu canto, labuto e vou indo.

Começando

Começando pelo começo, me esqueço
do que tinha pra pensar, dizer, fazer
me esqueço até mesmo do que eu acreditava crer
do que talvez eu poderia ou parecesse

e se eu fizesse tudo em que se pense
ofende-se aos que não pensam
ou  pensam pensamentos que passam
tão brevemente, deste que se convence

acompanhado pela íntima verdade
dissipa-se pelos montes e cidades
a repressão as demais ideias se faz atrocidade

e apoiado pela plena e pura verdade
invade, domina, conquista as individualidades
e a exclusão alimenta o circo das vaidades.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O querer

Pego eu minhas malas, repletas de dúvidas
e em meio a curvas derrapo entre as freiadas
não tem estrada é tudo uma grande imensidão
de tudo e de nada, de estar junto e de solidão

então sozinho pelas jornadas em meio a livros
e uma enxurrada de informações, que eu não me livro
improdutivo, são apenas fragmentos de um conhecimento
que de certo não é sabedoria ou algo de muito concreto

o resto, são palavras lançadas caçando o desejo
fetiche, gracejos que buscam iludir como um beijo
tão malicioso, que eleva ao gozo pleno, vejo

que o querer é como marionete, manipulado
por mil dedos habilidosos, que ficam pendurados
em um plano, avaliado, rotulado, registrado e vendido.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Rosa

Indo longe, bem longe assim,
lembro das horas, dos momentos, do seu sim
e hoje distante tempo e espaço eu passo
por você, agente se vê e em contrapasso

disfarço pois outro já se faz presente
por momentos brevemente longos fico ausente
saio de mim, vou por caminhos de outra vida
não me desapego do bom ou do ruim, enfim, de nada

pois foi tortuoso, sinuoso de felicidade e ser infeliz
foram tantas coisas que o que se diz se contradiz
emoções das mais insanamente incandescentes

porém em meio ao tempo que passa, sim
as feridas que secam, descobri enfim
que apesar de muito bela, fostes assim mais uma rosa no meu jardim.

domingo, 25 de novembro de 2012

Vida rola.

E nesse jogo engraçado que é a vida
vou trombando, driblando conforme a passada
feito o tal jogador que finge não ver a bola passar
aquele que ilude, o que se põe a disfarçar

o que busca fazer a bola rolar nesse
campo estreito a cada segundo que passe
o passe perfeito buscar, jogando com a cabeça erguida
se esquivando, dividindo, apertada, sofrida

é sempre assim zero a zero, um a um
goleada não existe. parceria é com alguns
poucos, mas que compõe, de inspirações incomum

então este é o jogo, sem replay, e em fragmento
com mais de um tempo, repleto de imprevisto
e improviso, devendo se jogar como astuto, pois em meios aos tempos não há substituto.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Sozinho refletindo.

É no silêncio ouvindo as próprias ideias
no mais profundo, é em um diálogo mudo
em meio a todo tipo de devaneio em que talvez se creia
incendeiam-se então as mais diferentes questões referentes a tudo

despido por indagações, feridas e desentendimentos ficam expostas
num gesto de dor, tenta-se encorbrir  o lado mais imundo
de suas escaras mais profundas, que não devia estar escrita
nem se quer que todos tomassem ciência e assim conhecendo

marcas que ainda se fazem tão fortes e vivas
de embates não conclusivos, que tem por objetivo
incomodar essa ferida de forma penosa e punitiva

esta alternativa permite estar em todos e em nenhum caminho
é então sozinho por entre portas, janelas e ideias de todo tipo
Precipito, me desfenestro pela janela de ideias que vão além de estar correta ou ser mesquinho.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Líquido solidamente desfeito

Estou eu aqui em pensamentos rarefeitos
numa insatisfação satisfeita em todos seus opostos
dispostos mesmo assim a se encontrar, retóricos
por mais que possam parecer antagônicos 

são também sinônimos de toda essa inconclusão
que se faz liquefeita, sem forma, sem posição
definida, irrestrita, infinitas suas possibilidades
que corre, deságua e permeia  um mar de infinidades

que rebate solidamente em rochedos e montes
os mais proximamente distantes, antes
únicos, hoje se encontrando, meros inconsequentes 

desfeitos de todos os laços que nos aprisionam 
se renovam as impressões, altera-se toda percepção
tão intensas, de uma realidade não crível ao que lá estavam.

Cacos de Ventos

Vaguei, vaguei, não cheguei mas percebi
visualizei que de forma quase inerente
quase que sempre sou eu este
problema insolúvel, insolente, ao que se sabe

são essas ideias desconexas que se proliferam
pelos cantos mais escuros da moral e da ética, que contaram
histórias de outrora tão dolorosas, tão ferinas
problema é esta histeria por mudanças que se mostram tão pequenas

que avexa os mais otimistas, iludidos, até traídos
pelo vento que carrega consigo, tanto faz, crime ou castigo
perdido não consigo isso daquilo tudo

que não faz o mínimo sentido
problemas são como pequenos e perigosos cacos de vidro
perdão, se levado pelo vento, fui te acariciar e acabei te machucando.

sábado, 10 de novembro de 2012

Ressaca

É quando as ondas furiosas rebatem sobre a praia
como lembranças confusas lançadas em fúria
é como acorde que reverbera em desafinada canção
é o momento seguinte que sucede a introspecção

que sucede, talvez, alguns poucos diálogos
ou até ações que podem parecer vagos
como passos num lago enebriado pelo álcool
em busca perdida de um caminho sem farol

é sim posterior ao grande bem estar e ardor
e de uma grande euforia que se torna vazia
trazendo consigo inerente ilusão e temor

Ah é o outro dia que a cabeça está doída
faz lembrar como a vida é sim para ser sentida
em todas as suas nuances, como uma busca ávida.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Desilusão

Em noite de nevoa, é onde se esconde a lua
nevoa, que desorienta que atormenta o pensar
a esse pensar confuso, essa dúvida que flutua 
que paira entre as ideias, levando ao pesar

pensar no que não aconteceu, no que pareceu
mas não é, perdendo-se entre as mais diferentes versões
que soam neurônios a dentro, o cinza se estabeleceu 
versões, invenções, retrocessos e até reversões 

de pensares tão distantes que de opostos se tocam
imagens surgem, memórias, lembranças mentes se embaçam 
passam a trabalhar em outro tempo, com as horas se atracam 

em busca de sentido, de um passado que já não existe
e se quer nem existiu, talvez em uma ilusão consiste 
e a ilusão como a única coisa que vale pena e que se insiste.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Decisão

São dias como o de hoje
é esse frio na barriga
essa perna mole, a memória que foge
é essa inquietude que agarra e se agrega

como se nunca mais fosse acabar
assim como um instante eterno
de um gozo agonizante a jorrar
adrenalina, simulações. emoções, interno

tudo é interno, para o externo interpretar
abrem-se as portas, outras percepções a entrar
em choque abrupto de ideias a atar e desatar

fazem da vida essa dadiva, esse mar em eterno fluxo
que rebate em ondas se choca com as pedras
pegando de fora, filtrando pra si num insistente refluxo.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Ideia

Hoje estou sem palavras
nada me vem a mente
uma ideia, uma paixão, algo que eu comente
somente coisas confusas e escravas

das conclusões que eu já possuía
nada de novo, pequenas porções de um velho dia
que jazia em minha mente, no profundo
mais absurdo, louco, desajustado

assim construindo pela desconstrução
fazendo curvas sobre as linhas mais retas
se interpreta, projeta, veta e se cria a ilusão

traduzidas em rima, as vezes, simplista
outras prolixa, complexa assim como a vida
que se faz e se recria a cada dia que se revisita.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Ao amor

As vezes pensando no amor que nunca se teve
que vive apenas em ideias e lembrando
parado, coração quebrado, onde nunca estive
livre nunca fui, pelas regras e éticas amarrado

Fadado a viver apenas de ideias vagas
longas e largadas, pobres ideias pisadas
pela pesada carga de realidades largas
que rasga a carne e o cerne da alma como navalhadas

Vindas da memória e ai é que se chora
ora, reza, pede implora por uma saída
distraída pela tangente da vida onde a solidão aflora

Que de fora vem pra dentro, muito incerto
roto, sendo composto de ilusão e dessabor
amor palavra em vão quem vem da dor e do sofrimento.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Horas Inúteis

Preso a horas inúteis, quase amarrado
por todo lado, incomodado querendo sair
romper com essas cordas, sair andando
voando, deixar essas podres paredes cair

Ir por ai, precisando talvez me encontrar
vagar, como um nômade sem destino
beduíno sem deserto a perambular
procurar nem se sabe o que ao menos

Venenos se mostram ao longo do caminho
moinhos estão sempre a esmagar as ilusões
soluções se mostram a noite, quando estou sozinho

Adivinho ou tento, colocando meus lamentos
honestos, externados do fundo da alma
e com calma me mantenho lúcido através dos escritos;

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Poesia e Tristeza

Poesia e tristeza estão sempre a mesma mesa
a tristeza traz consigo o amargo e o profundo
oriundo dos ocultos, intrínseca das profundezas
pesa feito um longo e insustentável fardo

Alimentado inclusive pelo pranto que é vertido
distraído como uma pluma que paira
para onde não se sabe, pesado feito chumbo impregnado
tomando feito mágoa do  momento em que se ampara

Para fazer as palavras brotarem em melodia
vadia, como as estrelas em noite que a lua caminha
sozinha pela imensidão escura da noite fria

Poesia nessas horas escorre feito água da mina
estricnina que aos poucos consome minha vida
indefinida como o verso de rima que nunca termina

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Insinuações

As palavras rasgam o papel
como que um beijo de mel
ou cruel, deixando suas impressões
que sangram após sucessivas incisões

E assim como ferida em carne viva
da contorno ao desejo que ativa
toda sensação, proferida, escondida
por bocados, pedaços de uma pesada

moralidade, ética que não valem nada
são apenas palavras largadas
agregadas de sentido, sentida

A cada pedaço da escara que se regenera
a memória se faz presente com a dor
como a cicatriz que narra a história que retorna

Diferente...

domingo, 21 de outubro de 2012

Reuniões

Em meio a multidão disforme
que berra, sussurra, consome
cada palavra, bebida ou gesto
como um mosntro louco e inquieto

Que se move por fluxo de convulsão
expostos e inesperada, forte feito furacão
que quando passa leva consigo quebrados partes e pedaços
de mentes e corações assim lançados ao espaço

Assim deixados ao leo, largados no sereno
pensando, sentindo e sofrendo por migalhas de ilusão
que não passaram de uma grande dose de um delicioso veneno

Também sendo assim, recolho pedaços de mim
e  pela estrada sem fim, por hora sozinho
mesmo que em meio a multidão, sozinho sim. 

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Insonia

A cabeça funciona demais
ideais, loucuras das mais racionais
circulam assim pelo meio estreito
do cérebro mais insano e imperfeito
sujeito, aqui aquele que pratica ou não ação
seja quão obscura ou obscena perdida na imensidão
mais profunda e penosa, resgatada num breve segundo
devorando e sendo devorado no tempo de um mundo
qualquer, a realidade tece seus altos muros
impostos ou expostos, dispostos, sai caro
raro, são os desordeiros que se negam a ela
tão singela e suavemente venenosa e por demais bela.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Momento

No atual momento em que todas as musas se encontram ausentes
assim meio que de repente o passado entorna quieto
enebriando o resto do meu eu mais consciente
ora veja senhor presente, que embriaga minha mente e toma meu rosto

Pondo em xeque os opostos, os mais dispostos a disparates
tornando-se meros inconsequentes, perante o jogo posto
mero esboço em meio a surtos, devaneios de meros inconscientes
estes como descrentes das doces ilusões de cada momento

De onde a cada segundo eu escuto deliciosamente
meras palavras que habitam a mente, rastros
feito a calda dos astros que nos decifram historicamente

Venha a nós senhor presente, nos mostre seu rosto
e que venha o resto, não importa o gosto e sim o que se sente
amargo ou doce, é parte integrante do mundo dos sábios mais astutos.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Um samba pra você

Eu fui tentar escrever um samba pra você
tudo o que me soou foi dor e solidão, parece
que foi só o que sobrou dessa nuance de paixão
me esquece você diz e eu como aprendiz sofro de ilusão

Na contramão meu coração finge que esquece
pois não apetece pensar em ti mais não
usar a razão talvez eu tente, talvez eu não quisesse
anteriormente, enlouquecia ao te por a mão

Meu coração está na labuta e antes que o dia anoitece
acontece a regeneração, palmo a palmo, mão a mão,
reconstituição, meio colado como que se um pedaço caísse
e existisse a parte sem o todo, a veia sem coração

Lírica sem emoção, monotonia que cresce
talvez, outro amor, que em meio as nuvens frias viesse
vai ver até cresce, tomando como a imensidão
alusão que remete a novos sofrimentos profundos de paixão.

sábado, 13 de outubro de 2012

Ao camarada Luisinho.

Ah meu caro amigo você vive,
vive em cada um com quem você esteve
e está, vive no coração do samba
vive no pandeiro que chora na mão dos bamba

E o samba nunca parou, continuou magoado
com um nó na garganta que pra desatar foi demorado
acabrunhado, rasgado, rodado, vai ser assim
em tua homenagem hoje o samba não tem fim

Afinado o sete cordas chora, mas não está sozinho
profundo soa o bumbo e ecoa assim
sentido o atabaque bate no peito feito moinho

Que sangra, mas sorrindo feito você fazia
que sorria, que vivia uma bela vida,
pois só os guerreiros possuem a paz que em sua alma trazia.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Considerações

As coisas são como são
calado, sou levado a reflexão
penso ou penso que penso
pensamentos assim suavemente tensos

Endureço, as vezes, frio se torna meu coração
são incoerências, inconsistências, dentro das quais eu apareço
não pareço com nada disso, emoção
e improviso, risos é com isso que me faço

É em meio a problemas e a embaraços
que eu mesmo existo, forjado na contradição
nunca parado sempre procurando espaços

As vezes na contramão, as vezes, sem direção
sem rótulo, devorando amores escassos
Sem eira nem beira, lápis e papel em triste relação-reflexão.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Roda

Se o topo da roda gira
Se o topo da roda geme
Se o topo da roda pira
Se o topo da roda espreme

Roda roê fria cada centímetro
Roda, roda tenra, queima o dia
Roda minha, lenta, tardia, espectro
Roda vazia, estúpida que se perdia

Dias longos, vidas simples, vidas vadias
Dias, outras vias, incertas, esguias
Dias e mais dias, horas vagas, noites, vidas

Vidas que viajam pela fina neblina
Vidas tão opacas, a míngua, vida ferina
Vidas simplesmente vidas, rápidas, passageiras, cretinas.  

sábado, 29 de setembro de 2012

Tristeza

Tristeza? Tristeza é o que se arrasta pelo tempo
da vida, tristeza é tanto o fim quanto o que principía
juntando pedaços formando pequenos mosaicos de alegria
tão breves momentos, ás vezes tão discretos, que o corpo

Teima em não perceber. Alegria? Momento efêmero
de uma dor inesperada, pois se espera a plenitude,
algo tão intangível quanto ideal como espero
ser a alegria essa coisa fina que se desintegra como a infinitude

Frente aos olhos rudes de um sobrevivente, que subverte
toda razão que brota de onde nem se sabe e vai não se vê pra onde
ontem, hoje ou amanhã aquilo que se vê de forma corrente

Tudo, tudo de repente tudo que se sente é frieza e dor
tristeza, é o que se sobrepõe a toda míngua alegria,
é como uma nuvem fria que segue rondando o azul do dia pra se contrapor!


sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Adeus

Já não mais te posso ver
nem te tocar, nem te sentir
mas caso um dia se me rever
não te intimides, venha te gosto posso garantir

De braços e abraços estarei a lhe cobrir
com as mais lindas rosas
eu ei de te acalantar com as asas
de anjo e os mais belos cantos estará a ouvir

Na paz de uma casa na roça
irei eu e você a sonhar, para que possa
eu e você então.e o amor se trança

como as pernas e braços que se entrelaçam
duas pessoas que no amor bailam
se estasiando, sonhando o sonho que só os românticos sonham.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Vinte e Seis.

Há os anos, já vejo seu leito
esculpido, a lágrima, riso do mais variado jeito
é sim, foi a duras penas, nem simples, nem perfeito
defeito, é o que mais se vê, mas isso é em qualquer sujeito

Não é? Ora veja se me deixo levar.
se cai é para justamente poder arribar,
quando mais é que se perde mais está a se encontrar
no próprio labirinto que o homem se vê menino a se espelhar

No passado, que se faz vivo e da lembrança se alimenta
então passado e presente se batem reverberam pra ver se aguenta
o peso da memória, que pode ser sombria que assola  e arrebenta

Com qualquer idealismo, penso mesmo em estar vivo
e perdido em tudo isso nas aulas e nos livros sou meu próprio cativo
estou sempre a pensar, comer e sonhar é assim que eu sobrevivo!


domingo, 9 de setembro de 2012

Dizeres

Não mais me perco nos teus beijos, teus desejos
tão confusos, tão incertos, tão discretos, vejo os
seus cachos tão lindos tão dispersos, como versos
livres, com rimas brancas, gracejos, inversos

São os meus sorrisos, vertendo lágrimas, lavando
como tão pura água as tristezas e os pesares
como o coração acabrunhado, partido, sofrendo
calado como quem não tem fala nem pares

No momento em meu caminho, papel, caneta e espírito
cada qual com seu sentido vem pra me acalantar
essa é a fé, na qual eu mesmo sigo, caso contrário desacredito

Boto tudo abaixo, fico doido, doído, contrariado
sem ter como lhe falar tudo aquilo que eu preciso expressar
nesse momento que há tanto a ser dito tanto a ser mostrado.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Procurando

E seguindo a estrada de tijolos amarelos
passos curtos, olhares belos e singelos
como se no tabuleiro estivesse jogando
xadrez com a vida e a cada casa pulando

Passando, procurando a uma certa saída
e vendo a cada vez mais invertida, digerida
toda peça toda oposição, situação ou invenção
construção de vida, de ideia, pensamento e ação

Que reverbera pelas vias mais sombrias
em cada canto em cada sentido atribuído
a cada palavra, gesto, intenções talvez frias

Talvez com as mais belas colocações,
mas ela pode ser amarga esguia, cheia de não conclusões
ou talvez até precipitada, que te eleva a infâmia cheio de afirmações.

 

domingo, 2 de setembro de 2012

Não me cabe

Não me cabe mais saber sobre seu caminho
não me cabe mais,  eu já aprendi a andar sonzinho
não me cabe mais  sofrer ou calar feito iludido
não me cabe mais, se fostes sincera ou tudo fingido

Não me cabe mais, há estou livre trilho meu caminho
não me cabe mais, aflito sentindo perdido sentido
não me cabe mais, nada disso, estou fora desse circo construído

Não me cabe mais, estar fugindo, fingindo não ver
não me cabe mais, deixar-me levar por falsos brilhos opacados
não me cabe mais, se quer pensar, só esquecer quando rever

Não me cabe mais, calar, resignar, ficar introspectivo
não me cabe mais, reclamar ou chorar pelo passado, passivo
não me cabe mais, estou calejado, cada vez mais, com cada luta que travo.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Mudança

Quando as vezes forçado a refletir, sobre mim mesmo
paro e me perco em meio a palcos, palácios e palafitas
em meio a tanta vida que jorra assim jogada ao esmo
erros, ensaios, acertos, meros ensejos para que se reflitas

Sobre o choque entre as diversas opiniões, oposições
das ideias mais distintas, que por mais distantes talvez se aproximam
talvez algo que verse sobre uma certa crítica da crítica crítica, criticam
todos os escribas, letrados, filósofos, doutores e suas soluções

Contemplando as mais diversas situações, problemas criados fora
para que de fora dependas toda a busca o entendimento de si
quando tudo que te bastas nada nessa densa alma, de onde aflora

Todo o sonho que move a imensidão e compõe a vida e nasce
dele todo impulso que mais no susto nos faz levantar ir lá para fora
viver, sobreviver, reviver, subverter, inverter e desdizer tudo o que eu disse.  

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Sonhei

Sonhando tranquilo, infelizmente acordei
tropecei, cai de canto, mal andando
mal cantando, como que de olhos fechados levantei
meio caindo, seguindo torto meio bobo caminhando

Com passos de criança que desajeitada dança
que tem o vento, lento, reto que traça
passa, leva e lava a alma de lágrima
que cava e encrava, um leito de sofrimento e magma

Que marca na alma depois que a chama se apaga
numa dor doída como ela só,
nó na garganta, peito apertado, saudade amarga

Distância larga, cabeça longe o amor me foge
como o coelho correndo, ou Alice caindo no espelho
nos meus olhos vermelhos, de ontem que doí hoje

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Soneto ao Samba

É num samba rasgado, florido do sábado
bem simples cantado, de pandeiro e violão
lembram dos que já passaram saúda os que virão
chora triste, lamentação de um peito tão chorado

samba quebrado, que segue pesado, poeira levanta
e todo mundo se assanha, sandália sozinha começa sambar
morena quebrando, seus cachos saltando, vestido a rodar
olhos brilhando, sorrindo, tentando a tristeza espanta

de um peito doído, rasgado e aflito de tanto se agoniar
mas se é disso que é feito a vida, o amargo e a delícia
vivamos intensamente cada sol e cada lua a se colocar

a boêmia, a poesia que é só sua, vem me iluminar
pelo ar compõe a minha alma me faz continuar
continuar nesse caminho sem eira nem sentido, caminhar.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Hoje

Eu não vivo ontem pois não existe
nem o amanhã que se quer existiu
bebo do hoje, e é nele que persiste
toda minha gana que nunca desistiu

e nem desistirá de viver e de amar
de sofrer e de pensar, ou de rimar
sobre a vida, a beleza da mulher
os mistérios que se quer acolher

que trazem a vida a graça do entender
os diversos nuances peculiar a cada ser
movendo o desejo, mais e mais conhecer

é isso que move a vida, é apreender
daquele instante, de cada instante
aquilo que está próximo pronto para ceder

palavras, caricias, líricas a se ouvir
amores sem limites, apenas pode se sentir

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Sua Voz

Em minha mente fulgura você sorridente,
fico então paralisado, pasmo, apaixonado
com todo o seu charme, que conquista discretamente
totalmente, alma e coração pouco a pouco tomado

Por essa voz, que trás tantos acalantos, 
acalmando meu coração, assim como a fera é amansada pela canção
soa para mim, como para Odisseu a sereias e seus cantos
porém tens mais encantos do que qualquer lenda ou mitificação,

Quando em seus braços, tempo e espaço são pura fruição 
que bate fora compasso e não tem preocupações 
tristezas, ou, intranquilidades o que sinto é o pulsar do seu coração

Então estar contigo, não tem para mim uma expressão bem definida
é uma sensação de felicidade quase incontida, as palavras secam
minha mão formiga, é uma imensidão de ideias pra dizer a ti minha querida.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Desatinos

Olha só até parece coisa do destino
o caderno aberto, perto, pronto pros meus desatinos
desconexos, procurando se encaixar, dar algum sentido
tentando serem vistos ao tempo que são dissolvidos

Por serem desatinos, complexos paradoxos
irônicos mas ao mesmo tempo sinceros
como a criança que em sua ânsia a todos deixa perplexos
complexo como todos os seres desde o tempo de Homero

Ao passo que simples frases desatinadas
jogadas em meio a linhas longas e espaçadas
constroem algo que versa a moda ritmada

E toma corpo e alma tornando-os inflamados
pela aura da qual se lê ou se está escrevendo
ao ritmo que se versa vai ou não se compreendendo.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Criação

A caneta que acaricia o papel
é a mesma caneta que aperta a cabeça
em busca, de uma sílaba, de uma palavra ou verso ao léu
buscando eterniza-los, antes que deles se esqueça

Cabeça que reflete várias dimensões
que busca se libertar de verdades sem contestações
da concretude, mas que age com pensamento e pensa com ação
por entre lendas e a própria mitificação,

Das dimensões se levam as partes de uma composição
totalmente múltipla com várias faces e interpretações
limiares que beiram o racional e a emoção

Composição esta que é embalada pela caneta
num apoteótico ritmado verso melódico
no final não se distingue o sangue do poeta e a tinta da escrita.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Soneto a Ela

As vezes acho que meu coração pulsa
mais forte e mais bonito, destemido
quando me lembro de você, moça
tão bela dos cachos negros sortidos

Como as estrelas da noite mais enluarada
tens também o perfume das flores mais brilhantes
exuberante como alpes, montes e horizontes
vistos nos postais ou in locu, desatinada

É a emoção no meu peito apertada, louca
para te encontrar, cair em teus abraços, seus lábios tocar
pegando em sua mão macia, a paixão destranca

Como em um caldeirão que ferve sem rumo
nem direção, força da natureza, sem prumo
controle ou previsão, é assim intensamente que amo.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Cai a chuva

As chuvas vieram e lavaram a terra
levaram com elas saudades velhas
de um tempo que passou, que agarram
na memória, quem se foi, quem é, falhas

E quem a chuva levou consigo
num tempo nem um pouco antigos
também esteja com meus bons fluídos
saudosas lembranças, tempos passados

Hábitos antigos, meio que prescritos
assim como algo fora dos ditos
tão antiquados que deveriam ser extintos

Lavados, levados, as vezes líquidas
como muitas das atuais relações desgastadas
como a erosão que pela chuvas é deixada.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Noite

Me pego pensando na noite
nos cheiros e nos sabores, amores
dos quais ainda posso lembrar-te 
somos assim, como quadrilha, vários pares

Que bailam pelas luzes, assim meio apagados
talvez gelados como mariposas em volta da lâmpada
ou quem sabe quente como fogos mais tórridos 
se espalhando pelo vento e ao espaço é lançada

Em chamas assim tão belas, encobrindo a fera, talvez vil
que dentro de cada um de nós teima em se assentar 
tornando a luz algo tão profundo que só conhece quem viu

Faces assim tão expostas, mostrando sua caótica profundidade
em meio as relações, pluralidade de pensamentos
distanciamento da razão, são ideias, sentimentos em voracidade.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Quando eu te vi.

Quando eu te vi, meu pensamento se remexeu
eu olhei os olhos seus, quase peguei o seu cabelo livre
por pouco não agarro seu abraço, no qual já entrelaçado estive
é como se o céu tivesse atingido, em tempo que envelheceu

Agora pensando claro, olho ao lado e reparo que o tempo correu
e junto com ele foram-se as dores e os prazeres
de conversas, de sorrisos, de beijos dos quais quase se esqueceu
e assim somos levados a amores relâmpagos, somos estes seres

De emoções fugazes, corações ardentes, mentes ausentes
vivemos num mundo de futilidade, multiplicidade
de desinformação, de desencontros, de pura fatalidade.

Somos enfim essa massa andante, perdida, caída
a procura do que não sabemos exatamente
tendo em mente as buscas por saídas pra outras vidas.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Tempos Idos

Dos tempos idos, sambas floridos, sorrisos lindos
sobraram apenas lembranças, brilhos esquecidos
fumaça subiu fumaça desceu, tudo em turbilhão
copos cheios, risos alheios de  frigida emoção

Papeis de outros mundos, talvez até submundo
Pastilhas coloridas, calafrios, contorção, sentimento
todas as sensações acontecendo num único segundo
é como conversão de pensamento ideias em sangramento

que não para, não importa o dreno, é ido sem regresso
passageiro de um trem, que está e não sai do expresso
que é o tempo inteiro que aborda totalmente o espaço

Hoje viajando mais lento, leio a realidade e vejo a confusão
e o caos que rege toda relação e toda impressão
que se tem do que seja realidade, do que seja ilusão.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Ficar

O que eu queria era ficar contigo,
mas eu não somos nós e você não é comigo
corpo e alma, sangue e vida dividida
como pão, a água, o vinho, a cevada

Separam-se, encontram-se ausentes
distantes, sedentos, talvez carentes
de minímas afeições ou amores ardentes
tristes amores sozinhos e decadentes

Cada qual para o seu lado, cada um em seu castelo
de areias resistentes, feito a mãos a duras penas, para te-lo
e nele se esconde, evitando inclusive o espelho

Ficando cada um no seu mundo, desnudo,
sem máscara, sem maquiagem, me iludo
com as idéias, a filosofia enfim, tudo nesse mundo!




sexta-feira, 18 de maio de 2012

Tempo

Passa a hora, hora e meia
meia hora, hora inteira
dias de nuvens, pelo qual o sol vagueia
dia de vento de tom certeiro

Como seta que rompe a pele
corta o espaço e a carne repele
e o tempo não espera, leva
consigo, tanto ações quanto palavra

Lavrada a duras penas, signos
que se põe ou não em clareza
em se propondo ou não dignos

Destes que compões com destreza
encantando e destruindo os destinos
cortando, passado as vezes moído postos a mesa.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Me disseram

Me disseram que o importante era ouvir
estar ali presente, ombro amigo, sorrir
Me disseram que o importante  era perceber
as pontas de sorrisos, nuances, entender

Me disseram que eu ficasse calmo
que relaxasse, mas eu me sinto um vulcão
Me disseram que eu aguentasse, mas como
se me sinto como um fiel sem fé, crença ou religião

Me disseram que agora eu lançasse mão
que eu não me calasse, me cobraram determinação
me pego pensando no sentido de uma ou outra relação

Me disseram que eu esperasse, que eu me sentasse
sentei-me a mesa, perdi a cabeça que se esquece
mas logo levantei, sigo minha sombra que desaparece.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Vida

O que na vida temos que procurar?
será motivos, razões para não parar,
de seguir em frente, coração ardente
são metas, objetivos, anseios pendentes

são vários os caminhos, alguns espinhosos
que cuidadosamente desviamos, dolorosos
são aqueles que não evitamos
e assim com dor ou amor aprendemos

e cremos que em meio ao temos e amor,
podemos superar caminhar com a dor
todos os nossos ideais podemos expor

A nossa alma profunda, oriunda
de tantas lacerações e ferida
segue assim, então, a nau de nossa vida.

terça-feira, 27 de março de 2012

Cotidiano

Eis ai a invenção do cotidiano
são tratados assim tantos planos
com os quais não se pode andar
são fardos ou sentimentos que não se costuma dar

parados em seus mundos a pensar
ou a pensar que pensa, vendo passar
pessoas, carros, rios e pontes
e tudo mais que se acumula aos montes

que paira pelo ar e se pode ver e o verbo é vender
classificar tudo como A, B ou C, sem ceder
qualquer compaixão, é sob preço qualquer apreender

 invenção de poucos, sentido por muitos,
os sentidos inversos, de heróis ou de mitos
saberes, alegria, vivências são todos produtos prescritos.

domingo, 25 de março de 2012

Mulheres

Veja como são as coisas se sucedem
surgem as curvas e as pedras
em meio a elas mulheres ladras
de toda atenção e carinhos nelas residem

complexas, repletas de singularidade
tem lá no fundo de si simplicidade
é quem em muitos momentos pensa com o coração
por isso a elas nós dedicamos devoção

sublimes seres dignas de revoluções
mudanças ou seja lá quaisquer transmutações
de hábitos, vícios e até mesmo perversões

enigmáticas, que coração e emoção
tem em si do ódio ao amor, sensação
que emana do quão profundas são.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Introspecção

Hoje é dia que os mortos existem
de todos aqueles exclusos persistem
lutando, bradando, contra exclusão
hoje é o dia dos que são ou não são

Sujeitos assim fazendo reflexões
sobre vidas sofridas e incríveis paixões
solidão de pensamento, frieza da razão
tristes almas pálidas que rezam

Ou não, por seus ditos pecados
estes são meros pobres trancados
que tem em suas almas jardins regados

De amor, de ódio, verdades e ilusão
flores, espinhos, árvores que cresceram
dentre a tudo isso sentimentos brotam.

terça-feira, 20 de março de 2012

História e Seres

Há a História de quem vence
há a História de quem perde
é o grito árduo de quem convence
são os pedaços de quem cede

Caneta reta e o sangue rola
e o seu doutor ajeita a gola
enquanto trabalha um qualquer
no morro o samba rolas sem se quer

Querer saber se é frio ou cruel
com seu fuzil ao céu
cujas as almas deixam ao léu

Alimentado por alguns cegos de egos como eles
perguntam-se entre si quem são esses
Esqueceram-se como humanos estes ou aqueles.

sábado, 17 de março de 2012

Poetas

As vezes acho que sou poeta
pálida forma de se pensar indiscreta
com todo passionalismo e o dito "racional"
como ventos que levam uma nau

assim com tórridas correntes que levam
múltiplas brisas de diferentes pensares
que se ouve, se sente, ou simples dizeres
prazeres, dores, amores, estavam

e estão, em sua alma em rebelião toda sensação
assim que se expressão, para assim apaziguar
todos os sobressaltos do espírito e coração

e de todo esses entendimentos adquiridos
pelos olhos, boca e ouvidos,  proferidos
réstias de sentimentos, ideias pairando perdidos.

domingo, 11 de março de 2012

Olha os prédios e os créditos
olha a bolsa, olha os escritos
restritos ao mérito da "paparicação"
armação, propenso a nebulosa ação

É coisa de gente, caráter ausente
é a tomada do espaço consciente
conivente para manutenção dessa ordem
vigente aos que não, ou, podem

Mesmo que estes incomodem
são rapidamente calados
evitando qualquer tipo de desordem

Escondendo o caos com muros
travando sob becos escuros
os pensamentos tido como impuros.

terça-feira, 6 de março de 2012

Amores

Há o coração e o sentimento
pensamento profundo e lento
mas também rápido e avassalador
ágil em ideia, devagar no andor

Por sentimento frágil como cristal,
tal circunstância, pensamento e carnal.
Que busca o ideal, inexistente
do pudor, pré-conceito, ou repudio ausente

Pra quem quer viver ou morrer
basta que se deixe ser o que parecer
talvez bom possa ser ou te faz perecer

Não se preocupes tanto deixe acontecer
livre-se de tuas amarras.
Pois tudo o que sentes pode ser ou não ser.

domingo, 4 de março de 2012

Ventos

E respostas que voam pelo vento,
e são respostas que sangram pelo vento
e ninguém ao menos sabe ao certo
Se caminhas pelo torto ou pelo reto

pois seja curva ou seja reta é incerta
desconexa, complexa todas as relações
pensamentos, sentimento inclusive ações
de indivíduo, céu, mares, continente e planeta

Facetas de várias versões, explica ações
resoluções, filosofias, política e religiões
são todos signos, discursos, retórica expressões

grilhões que prendem intimidam, castram
quando se prendem a uma ou outra
desencontra toda as que não se encontram

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Saudades

Lágrimas que dão nó na garganta
aperto no peito que não se ajusta
que nos deixa assim perdidos
sem rumos assim doídos

Pela forma como se deu a perda
em função da idade, senão precoce, cedo
e nesse ponto de dor, se desenvolve o enredo
a mesma vida de vários sentidos carregada

Talvez, até se deteriorando, quem sabe
não se está aqui para ficar julgando
à quem para outro plano, sobre

E em nossos corações vive nobre
em uma forte imagem sobre
esse brincalhão, malucão, Turcão vive-sobre!

Soneto ao Turco

Então assim ele dá adeus
caminhante feliz saudando os seus
pois era entre esses que ele estaria
sua face, insanidade estamparia

Sorrindo, abrindo um espumante
taças a mão vamos todos tomar
vamos comemorar, ontem, hoje o instante
e a vida segue como mar a espumar

É então que este brincalhão,
maluco, com seu grande coração
passa deste plano, para uma outra estação

Espero que floresça, a paz eterna
e toda forma disforme interna
desapareça e com ela entendimento e união.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Cansei de gritar pelos outros.
Vou vomitar a mim mesmo
As coisas,
Sim! As coisas...
Os espacos ja nao me suportam
E tudo o que eles querem de mim...
E sao tantos...
E sao tantos...

Havera tempo para os sonhos
Havera espaco para as coisas
Mas por enquanto
Ao redor de nossas vidas
Tudo sera cinza
Sim!!!
TUDO AQUILO QUE ME DISSOLVE
QUE ME DESGASTA
Serao cinzas,
plasticas e concretas cinzas.
(Felipe Mourão)

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Soneto de gratidão

Quando eu abri aquela porta
todas as retas estavam tortas
todo meu mundo aos avessos
o coração a sobressaltos e tropeços

Eu estava confuso como um garoto
que lá por dentro se sentia morto
mas de repente se viu iluminado
começando, me respeitando para ser respeitado

Foi contigo, conversando que me senti renovado
não mais como garoto mas como homem formado
Compreendendo, me entendendo como mármore lapidado

Hoje minha cara eu devo a ti essa virada
pois foi você quem me fez crer que eu venceria essa parada
como você diz foi minha vontade e sua sabedoria apalavrada.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Dia de Cão.

Há dias em que parece que o dia acorda torto
em que ares, ventos, não leva a nenhum porto
que seria talvez mais fácil se a terra te engolisse
que em torno de ti um buraco negro se abrisse

É quando o tempo para e então escorre
e fios de vida, de alegria e de paz corre
pra longe de ti, e desarmonia cerca-te
ficando ao redor, como figura de recorte

Coladas em papel, pardo, meio desforme
em torno de um redemoinho rondante
como uma espécie de órbita conforme

O caos que rege toda a paz de frente pra trás
nada como rever seja lá o que se fez ou se faz
São as pedras de um dia que se faz e desfaz.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Seres

No espelho olho meus olhos e penso quem sou
sou parte desta terra, da árvore, da ave que pousou
sou negro, sou branco, sou pardo, sou incolor
Sou filho de Iansã, tupã, quem pariu foi seu doutor

Sou deus da selva de pedra, do prédio, do ronco do motor
a força vem do concreto, banhado pelo sol e seu ardor
composto por todo ruido, das picaretas e sirenes que soou
com a força da correria que pelos becos que normalizou

Toda essa truculência, resignação e violência sintetizou
várias formas de vida uma sobre a outra, tentou se impor
que apesar de tanta violência uma pueril inocência mostrou

Pois em toda essa guerra, que grita e que há muito dilacerou
as vozes chamam a paz em todas esferas se põe a propor
que possa-se ser, não importando, o que seja ou o que sou.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O Silêncio.

As vezes a palavra é desconexa
soa como desencontro, incomodo, tédio
chegando a deixar pessoas perplexas
de um tom carregado de ódio

Mistério da alma humana explícita,
aberta que podem ser até pérfida
quando levadas pela raiva embriagada
que o bom senso e a coerência mata

Só há uma reação que a isto desarma
é o simples grito de silêncio, quão chama
valendo mais que mil palavras, derrama

todo seu significado, sobre o mal falado
que então tende a deixar resignado,
eis o silêncio glorioso como ouro, reservado.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Um Salve à Pinheirinhos.

As cores são vermelhas como sangue que jorra
Lá em Pinheirinhos, o P.I.G. corrobora
ao som de socos, ponta pés, tiros tudo borra
informação desencontrada bestializando quem la mora

É a resistência, de um povo sofrido que se faz presente
São as condições de vida descente que se faz ausente
é a luta do Brasil que existe e o que se julga insistente
é a guerra civil não declarada mas infelizmente existente

Está acontecendo, já aconteceu, é a Canudos do século XXI
É a relação de quem tem todo direito contra quem não tem nenhum
Sem diplomacia, negociação, misericórdia de órgão algum  

Seja do prefeito, governador ou presidente todos ineficientes
o que reina é a velha cultura da força dos cacetétes,
essa é a forma que o estado lida e atende os que dele são dependentes.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Liberdade

Hoje fico pensando em que seria liberdade
para alguns é simplesmente ter uma chave,
para outros seria talvez rodar toda cidade
seriam tantas coisas, que chega ao enclave

Um leque de opções, políticas e religiões
filosofias, misticismos, lutas em esbarrões 
percebe-se que são visões em colisão 
trata-se então de verdade trazida a mão

Que deixam os homens ávidos em suas razões
comunistas, capitalistas, anarquista, trapalhões
é como a selva de lobos, cordeiro come leões

São seres por vezes patéticos procurando salvação
algo assim meio incerto, uma mágica solução
pífio, inexplicável, muito incerta essa tal libertação

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Mídia....

Eu olho todas lentes, observo os vidros
os olhos que me olham deprimidos 
se envaidecem de si, mesmo coagidos 
trancados todos eles na casa de vidro

são bundas, que falantes a se mexer
ou simplesmente bíceps a aparecer  
a ignorância transparece do indivíduo 
percebido infelizmente por seres remexidos 

Pelo jornal transmitido pelo papel ou pelo vídeo
que sem reflexão nenhuma vai tomando a todos 
seja pelos olhos, nariz, boca ou ouvidos 

Formando essa merda atoa de desentendidos 
que absorvem tudo o que vem e se dizem entediados 
ora vão aos diabos todos esses zumbis entorpecidos

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Momento

Em alguns momentos, em meio a tempestade
o importante seria parar e olhar toda metade
que os pingos e o vento roubou da visão
levando a ampliação de toda a razão

Que outrora se encontrava fosca
como um borrão, que parecia meio louca
desvairada como uma arrebatadora ardente paixão
com todos seus poréns, entretanto e senão

Com isso o mundo vira e desvira
assim como uma doidivana pira
dentro da qual não se para, nem respira

Se flutua essa é a sina de um buscador
que pelo corredor busca amor e dor
procurando o pleno doce e o amargor.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Mundo

Eu pairo e olho o mundo
não sei se ele é louco,
ou sou eu quem me confundo
a liberdade num grito rouco

Pensamentos respiram fundo
ideias se partem, só no sufoco
lembranças em sono profundo
as palavras eu as coloco

em ações eu fico mudo
conciso eu me desloco
por um buraco "desmundo"

muitas vezes imundo
então minha mascara coloco
e sozinho vou pairando

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Natureza II

E em algum tempo, seu rosto é tocado pelo vento,
O silêncio é quebrado por folhas balançando ao relento
e pela brisa suave e fria, o corpo começa a arrepiar
tomado por toda a energia da natureza à emanar

E seu espírito se reabastece, você rejuvenesce
por segundos de absolutamente tudo você se esquece
então sua natureza cresce, para que com tudo você se conecte
passará suas energias para ela e ela pra ti aproveite

São vidas que se cruzam, são sentimentos que se acusam
uma imensidão de pensamento de ilusão que tristes rumam
saem de sua mente, ausento vão ao vento não voltam se recusam

E a alma se faz limpa, sem remoer palavra ou pensamento,
que assim meio que soltos ao vento, moldam sentimentos
transformando ideias estáticas, em ações em movimento