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sábado, 29 de dezembro de 2012

Natureza

Entre laranjeiras, jabuticabeiras e outros frutos
pisando a grama verde com o orvalho feito
um tapete da natureza que encobre a terra
protegendo feito cobertor, que com a chuva escorra 

a sua essência  que gera a vida e alimenta
o mundo, com seus grãos, folhas, e tem em si
tamanha beleza que homem nenhum inventa
do azul do céu, a rosa vermelha, a amarela hortência

cheira a infância, manjericão e alecrim, ervas 
como a cidreira, citronela, estomalina servas
coirmãs de vida, os males, tudo o que levas

e traz males e virtudes, detalhes perto de sua beleza
composta de montanhas, vales, estrelas, certeza
de que não tenho certezas, somente nós e natureza.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Supérfluo

O meu supérfluo pode ser a sua obstinação
o que me soa importante, distante
do seu anseio, esteja longe da sua constatação
emancipação do desejo, reprimido, ante

um punhado de recalcados bem trancados
em suas caixas de certeza, tornando
tão pequeno o infinito, restrito, atritos
não existem, homogêneo, prescrito

o futuro, o passado e o presente, frente
a receitas eleitas, marcadas em registros
criados por alguns, impetrados a toda gente

são estas palavras singelas e descrentes
dos códigos vigentes, impregnados, fósseis
em plena vida de impugnações latentes.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Lúcido, Será? Dizem!

Quantas as luzes que irradiaram
quantos ventos, quantos mares
rios e vales ainda poderão
enveredar pela vastidão dos meus pensares

quantas pontes a rios me levarão
uma imensidão de beleza cor e natureza
em perfeita comunhão tão confusa
é sutileza com a singularidade da imperfeição

predicado próximo, íntimo na conjunção
espíritos, planetas e ritmos se alinham
desconexos como sexos em coesão

frenética, só o extinto se mostra então
despido, nua e crua a carne disposta, exposta
são quimeras cada qual com seu belerofonte.

Meu verso

Venha caneta, venha comigo
se perca em meio ao papel
ouça o que eu digo, crie seu espirito com ideias ao léu
juntando, formando, versando em perigo

de cada pensamento que brota
versos levianos, talvez, não importa
afinal rota é o que não se procura
vagando pelo tempo e pela história escura

e tão obscura, obscurecida pelo homem
esse singular universo que em momentos
simplesmente sento e vejo a pena verter, por algum

instinto algo que move, enquanto a tinta escorre
e disforme como uma insana insinuação
sílabas, palavras, frase, verso que não morre.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Universos

Quantos universos singulares,
circulam pelas ruas, pedestres, populares
que cada qual com sua luz
em sua crença, certeza ou a falta dela, seduz

por mais infame que seja
por mais vil com que se pareça
há certa beleza, seja lá onde esteja
se em ser forte ou na fraqueza, esqueça

são inúmeros e únicos, os vários predicados
além de um bem ou da maldade
são sagacidades, que rebatem e ecoando

Por outros universos infinitos, talvez, indigesto
no qual se misturam, se chocam, formando
novos organismos tão diferentes, tantos  imprevistos.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Indefiníveis

Sombras somente sombras sobraram
sobraram dos simples sambas
sambas ouvidos em outroras 
outroras tão sonoras que perfuram 

perfuram o sujeito que envolto em melodia
melodia que como água fria envolve
envolve como choque que acorda com taquicardia
taquicardia que anuncia e desenvolve

desenvolve um olhar humano sobre o mundo
mundo repleto de universos indefinidos
indefinidos e indefiníveis, talvez, ruminado

ruminado, remoídos, recalcados, raros
raros e ricos como o riso real
real como a dor e a felicidade em seus breves disparos.  

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Leste Oeste com a Pernambuco

Na Leste Oeste com a Pernambuco
Sozinho eu sigo e louco varrido
embora na noite eu não vire mito
sozinho eu ando, sozinho eu fico
mesmo que seja na Leste Oeste com a Pernambuco
eu trombo os maluco, pela madrugada, virada embaçada
saudosa e perigosa, maloca favela, silêncio profundo
Mesmo que seja na Leste Oeste com a Pernambuco
Sozinho eu ando, sozinho e mudo
de olhos abertos, no muidinho, eu  vivo acordado
mesmo que seja sonhando, o paradeiro do mundo
mesmo que seja na Lesto Oeste com a Pernambuco
eu já não fico aflito, encaro a proposta
e ando apertado, folgado no mundo, mas eu não me iludo
o buraco é profundo e a borrachada é doída
e na vida avenida, tão contraditória,
eu conto história, ingrata e inglória
mesmo que seja na Leste Oeste com a Pernambuco
sozinho eu sigo, sozinho eu chego
chego não sei onde, pois não existe resposta é tudo proposta
do passado distante e lá no horizonte a aurora vem vindo
cruzando e seguindo pela Leste Oeste com a Pernambuco.
(Venancio e Thiago)

O que seres ?

Quarenta miligramas de memória
mais um pouco de lembrança
cinco quilos de esquecimento e uma trança
com políticos elementos um fio de esperança, instância

mais humana, indefinida e bestial
que transforma a carne neste ser raso e industrial
normatizado com descanso ao quadrado
na parede convexa de um buraco emparedado

o absurdo aparece elucidado desnorteia
entra pela TV, pela janela, pelos poros
esporos sobem pelas paredes e mente incendeia

Pensamentos emergem uns se habilitam outros ficam alheios
a voz do pé é a voz do pai, que pira, que paira
ecoa a vida como um vórtice de crendices e devaneios.
(Venancio, Thiago)

A obrigação da felicidade

Como é belo e desconhecido certo caminho
do qual partilho e num ponto tento definir
pela linguagem, tudo o que estranho
nas entranhas desse mundo que quer punir

ou mesmo interagir, das mais diversas formas
deformadas, pensadas a várias mãos
que não se dão conta que estão num certo coma
irreversível de uma roda em descontrolada rotação

que move essa sociedade doente e estática
que conta com o lexotan, prozac e rivotril e fica
dopada assistindo o Faustão, esmurrando a faca

a dor é acobertada, é como se não existisse
mentes ficam jogadas e o cotidiano acontece
as pessoas controladas, cortadas pela felicidade feito foice.