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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Saudades

Lágrimas que dão nó na garganta
aperto no peito que não se ajusta
que nos deixa assim perdidos
sem rumos assim doídos

Pela forma como se deu a perda
em função da idade, senão precoce, cedo
e nesse ponto de dor, se desenvolve o enredo
a mesma vida de vários sentidos carregada

Talvez, até se deteriorando, quem sabe
não se está aqui para ficar julgando
à quem para outro plano, sobre

E em nossos corações vive nobre
em uma forte imagem sobre
esse brincalhão, malucão, Turcão vive-sobre!

Soneto ao Turco

Então assim ele dá adeus
caminhante feliz saudando os seus
pois era entre esses que ele estaria
sua face, insanidade estamparia

Sorrindo, abrindo um espumante
taças a mão vamos todos tomar
vamos comemorar, ontem, hoje o instante
e a vida segue como mar a espumar

É então que este brincalhão,
maluco, com seu grande coração
passa deste plano, para uma outra estação

Espero que floresça, a paz eterna
e toda forma disforme interna
desapareça e com ela entendimento e união.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Cansei de gritar pelos outros.
Vou vomitar a mim mesmo
As coisas,
Sim! As coisas...
Os espacos ja nao me suportam
E tudo o que eles querem de mim...
E sao tantos...
E sao tantos...

Havera tempo para os sonhos
Havera espaco para as coisas
Mas por enquanto
Ao redor de nossas vidas
Tudo sera cinza
Sim!!!
TUDO AQUILO QUE ME DISSOLVE
QUE ME DESGASTA
Serao cinzas,
plasticas e concretas cinzas.
(Felipe Mourão)

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Soneto de gratidão

Quando eu abri aquela porta
todas as retas estavam tortas
todo meu mundo aos avessos
o coração a sobressaltos e tropeços

Eu estava confuso como um garoto
que lá por dentro se sentia morto
mas de repente se viu iluminado
começando, me respeitando para ser respeitado

Foi contigo, conversando que me senti renovado
não mais como garoto mas como homem formado
Compreendendo, me entendendo como mármore lapidado

Hoje minha cara eu devo a ti essa virada
pois foi você quem me fez crer que eu venceria essa parada
como você diz foi minha vontade e sua sabedoria apalavrada.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Dia de Cão.

Há dias em que parece que o dia acorda torto
em que ares, ventos, não leva a nenhum porto
que seria talvez mais fácil se a terra te engolisse
que em torno de ti um buraco negro se abrisse

É quando o tempo para e então escorre
e fios de vida, de alegria e de paz corre
pra longe de ti, e desarmonia cerca-te
ficando ao redor, como figura de recorte

Coladas em papel, pardo, meio desforme
em torno de um redemoinho rondante
como uma espécie de órbita conforme

O caos que rege toda a paz de frente pra trás
nada como rever seja lá o que se fez ou se faz
São as pedras de um dia que se faz e desfaz.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Seres

No espelho olho meus olhos e penso quem sou
sou parte desta terra, da árvore, da ave que pousou
sou negro, sou branco, sou pardo, sou incolor
Sou filho de Iansã, tupã, quem pariu foi seu doutor

Sou deus da selva de pedra, do prédio, do ronco do motor
a força vem do concreto, banhado pelo sol e seu ardor
composto por todo ruido, das picaretas e sirenes que soou
com a força da correria que pelos becos que normalizou

Toda essa truculência, resignação e violência sintetizou
várias formas de vida uma sobre a outra, tentou se impor
que apesar de tanta violência uma pueril inocência mostrou

Pois em toda essa guerra, que grita e que há muito dilacerou
as vozes chamam a paz em todas esferas se põe a propor
que possa-se ser, não importando, o que seja ou o que sou.