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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

O Amor

Nosso amor nasceu da poesia
de um samba na padaria
aquele dia chorava o violão
de um olhar, uma conversa, ou então,

do destino que se cumpria,
ou o simples acaso, alguém diria
a coincidência de estar no mesmo salão
a magia da música e a ocasião

eu esperando sim, você dizia não
beijos, um teimoso telefone, alegria
que ladina seguia pela contramão

do desencontro, por não ter espaço no dia
ocupado pelo trabalho sem coração
até que uma sexta-feira se abriria

uma brecha, um espaço, um vão
e brotou devagar em meio a razão
uma faísca, fumaça e de uma fagulha
nasceu um fogo e feito uma pequena agulha

foi costurando pensamento, alma e coração
assim não virou sim, coladas as mãos
de tijolo em tijolo feito construção crescia
algo tão forte e belo quanto o dia que nascia

amor vivo que, creia, cria consciência
a consciência própria da paixão
não havendo, razão, mito ou ciência

dissertação, resenha, ou solução
capaz de traduzir a essência, a cadência
de dois corações batendo na mesma marcação.