No espelho olho meus olhos e penso quem sou
sou parte desta terra, da árvore, da ave que pousou
sou negro, sou branco, sou pardo, sou incolor
Sou filho de Iansã, tupã, quem pariu foi seu doutor
Sou deus da selva de pedra, do prédio, do ronco do motor
a força vem do concreto, banhado pelo sol e seu ardor
composto por todo ruido, das picaretas e sirenes que soou
com a força da correria que pelos becos que normalizou
Toda essa truculência, resignação e violência sintetizou
várias formas de vida uma sobre a outra, tentou se impor
que apesar de tanta violência uma pueril inocência mostrou
Pois em toda essa guerra, que grita e que há muito dilacerou
as vozes chamam a paz em todas esferas se põe a propor
que possa-se ser, não importando, o que seja ou o que sou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário