É num samba rasgado, florido do sábado
bem simples cantado, de pandeiro e violão
lembram dos que já passaram saúda os que virão
chora triste, lamentação de um peito tão chorado
samba quebrado, que segue pesado, poeira levanta
e todo mundo se assanha, sandália sozinha começa sambar
morena quebrando, seus cachos saltando, vestido a rodar
olhos brilhando, sorrindo, tentando a tristeza espanta
de um peito doído, rasgado e aflito de tanto se agoniar
mas se é disso que é feito a vida, o amargo e a delícia
vivamos intensamente cada sol e cada lua a se colocar
a boêmia, a poesia que é só sua, vem me iluminar
pelo ar compõe a minha alma me faz continuar
continuar nesse caminho sem eira nem sentido, caminhar.
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