Por essas primaveras, sobre a terra, paira meu olhar
já vi dias tão lindos, coloridos, sob a luz solar
e que com sua tinta cinza a lua tinge a rua
que já fostes também tão escura, outro lado, tão crua
que nua sua realidade, petrifica me perfura
e em meio a ansiedade andei pela cidade dura
e desci ao centro da terra, guerra, fera e erra
voltei com cicatrizes, queimaduras, escaras de garras
nessa mesma infinitude senti também a plenitude
de um céu tão esplendido e iluminado, do contato
dos pés com o mato, pois então, se confunde, rasga o contrato
saí de lado, eu e o mato não perdemos o nosso laço
assim a relva, gotas de orvalho, pelas ideias, passos
em direções, diversos, imprevisíveis e tortuosos espaços.
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