Não faço os redondilhos de Pessoa
ou mesmo sonetos de Camões
apenas clamo a plenos pulmões
por uma escrita que não destoa
em sua rima, como em carta de Vinicius
ou nos ditos infindos de Drummond
sentimentos do cotidiano ruminam e formam
relatos, registros, desejos, suplícios
simplesmente líricas vertidas no papel
doce como açúcar amargo feito fel
pesadas feito vingança, límpidas como o azul do céu
apenas letras tão juntas que de forma astuta
se cria, se projeta, se inventa
o sentido que sua mente aguenta.
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