A rua é tomada pelos motores, passos contados
guiados, pessoas ruminam dos currais aos pastos
seguindo os mesmos rastros, estando assim fadados
como máquina ser tratado, e do ser resta apenas o retrato
que diante do espelho se vê desintegrado, pálido
sendo sombra, apenas de quem outrora vivia de fato
a consciência um detalhe sutil, abruptamente eliminado
do trabalho explorado, da sociedade do espetáculo é fruto
irrigado com os fluidos mais variados, apático vai se tornado
os que desse sumo provam, sem nem mesmo saber disto
se enquadra, acorda, dorme, come, trabalha, se formatando
enquadrando girando a roldana como na gaiola faz o rato
sem ouvir, pensar, questionar, sonhar o não imaginado
fortalece a cada dia com a rotina melancólica seu monótono pacto.
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