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quinta-feira, 25 de junho de 2015

São Paulo

Como me sinto apertado, sufocado
olhando de lado, em tuas esquinas
com um medo danado de ser surrupiado
por seus rapazes estralados ou suas meninas

Seu ar que é denso e pesado, cheio de fumaça
com esse monte de gente que só passa
e ainda acha que não se enganou
pensamento que não se mostrou

mas na guia o cheiro da latrina
e a sarjeta a cama do Brasil que não existe
mas que insiste em mostrar sua face latina
desse que resiste a morte não é fraca ou forte

São Paulo, São Paulo, sedutora, ilusora, aprisionante
palco de uma desigualdade lancinante
lar de seres tão próximos e tão distantes
São Paulo, São Paulo dos desgastados horizontes.

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