E já não vago no trem fantasma
de calçada em calçada, em agonia íntima
já não sou mais vítima e carrasco
já não mais vivo a passos juntando cada caco
não mais acordo pelos cantos
eu já controlo meus prantos
pontos impregnados na alma torta
que não mais se perde na balada da lata
o que resta é a memória nata
de uma dança, de cada passo
de um sentir, de algo que falta
uma memória intimamente ingrata
inimiga amada, guardada, trancada
esculpida na carne, talvez, nunca parta.
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