E assim me peguei sonhando
no campo lá do fundo
dos "prédinhos" da minha infância
como todos por ai, com dor e delícia
onde a falta da camisa é a identificação
onde a falta de chuteira é suprida pela imaginação
a bola não rola redonda
e a dificuldade do domínio aprimora a matada
onde ao correr dos dias os talentos nascem
e pelas ruas desorientados crescem
e a maioria deles perecem
a burocracia financeira domina
empresários e uma força física obscena
o vil metal e o desejo predomina
quando foi que trocamos?
Duas pernas tortas imprevisíveis
a força e lucros "imprescindíveis"
quando é que optamos?
Por um chutão longo e forte,
à um calcanhar desconcertante
e tocar de lado simples e seco
á partir pra cima e tentar o elástico
resumindo o futebol ao lado prático
matando todo místico e mágico
deixando assim sonhos opacos
reflexões e mudar é necessidade que se faz latente
desde indivíduos em si internamente
pra que vidas, existências e futebol se façam diferentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário