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terça-feira, 1 de abril de 2014

Golpe

À aqueles parados fumando na esquina
aos que falaram das flores
os que provaram destes cálices
a todos que ficaram em cana

Para os amores que só restaram as dores
aos ossos ainda em vala desconhecida
as mulheres violentamente violadas
aos desaparecidos contestadores

Às mentes torturadas para sempre afetadas
as crianças para sempre abandonadas
em memória e vergonha de todos os horrores
para que não esqueçamo-nos dos ditadores

hoje sem sua farda e suas flores
continuam no planalto furtivos feito ratos
escondidos, bandidos, em diferentes cores
ainda mancham o presente com o sangue de seus rastros

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