Uma ideia velha
sem saber se quer qual era
pintada de amarela e ira
na paranoia vermelha
xinga, ofende e agride
clama pela morte
ódio ao diferente
que bate, tortura e invade
na periferia não é novidade
violência sem medida e abuso
no calor da ferocidade
que se faz presente
nas agressões intolerantes
e pedidos pela volta da ditadura por transeuntes.
Agora cabe-me aqui falar
o quão violenta e mortífera
quantas famílias ainda hoje à agonizar
pelos seus mortos de forma sorrateira
e que ainda permanecem desaparecidos
quantos "Herzogs" cometeram "suicídio"
sem prisão, corpo ou indício
apenas rumores, sussurros e ruídos
no regime dos óculos escuros
da repressão, dos atos institucionais
dos interrogatórios que não entraram pros anais
de um lado o vermelho do sangue
de outro estão envoltos nas cores da bandeira nacional,
mas o principal é que a memória segue
viva cambaleante, mas que ainda luta
e que continua no front
para que aquela Dita tão dura não se mostre mais no horizonte.